Review - Kiznaiver (2016)
Trigger volta para surpreender num anime que fala sobre os laços que existe entre as pessoas.
Sinopse
Em um mundo fictício no futuro o protagonista é selecionado para fazer parte de um grupo com a habilidade de se conectar e dividir as feridas que recebem, os Kiznaivers. Durante o desenrolar da história ele recebe várias missões da líder desse grupoAnálise
O anime começa com Agata - o garoto que não sente dor - se juntando forçadamente a outras 6 pessoas de personalidades distintas em prol de um sistema que pretende trazer a paz ao mundo. O sistema Kiznaiver, que tem a intenção de conectar as pessoas umas as outras para para juntas elas entenderem o sentimento e a dor dos próximos.
Sonozaki criança, tão fofa /// Niko e sua carismática personalidade |
Passamos por partes nonsense (depois explicadas), engraçadas e difíceis que fazem termos empatia por algum dos personagens ao mesmo tempo que os entendendo um pouco melhor.
A partir da segunda parte o anime fica estável com ótimos clímaces (Motivo pelo qual se torna o melhor anime da temporada), e os personagens crescem como pessoas com ambições e desejos, começando pelo drama de Maki. É nítido quão singular é cada um deles e que de fato, cada um possui algo dentro de si que era escondido até então: Paixões, estabelecidas entre alguns deles pelas suas forte ligações e pela vontade de se importar um com o outro.
No episódio 9 surge o maior ápice que poderia acontecer entre suas relações. “Não somos amigos, não somos amantes. Somos algo maior. Somos Kiznaivers.” diziam eles que nem se consideravam amigos no começo. As relações amorosas escondidas até ai se destrincham.
O nível de ligação entre os personagens em tal ponto é tão forte que todos começam a sentir, distinguir e a ouvir o sentimento uns dos outros.
Chidori, a amiga de infância do protagonista que faz parte do grupo e sempre o amou sente a inveja desesperada pelo personagem que mostra ter algum tipo de relação forte com Sonozaki. Ele ouve o pedido que vem de dentro de Chidori implorando para ele abraça-lá fortemente e não soltar mais, e ele o faz. O que torna ainda mais caótico, saber que foi abraçada por de certa forma, dó, e não por algum sentimento realmente verdadeiro ali presente.
Logo após, começa a grande hipocrisia de ter seu verdadeiro sentimento pela pessoa amada e logo já ser ignorado por ela, que também possui outro sentimento por outra pessoa. Rejeições, desespero e dor. Como lidar com sentimentos numa hora dessas?Todos personagens tem os seus pisados, de uma forma tão cruel que dói.
Ao final da obra já sabemos de todo passado de Sonozaki com o protagonista. Uma garota que tão sozinha que isso a levou a querer receber a dor das outras crianças para entende-lás, para sentir que tinha amigos. Agata era uma dessas crianças.
As crianças cresceram e estavam sem sentir dor. |
No momento presente do anime, ela faz o mesmo. Enlouquece e pede que todos na cidade se conectem e dividam a dor a ela.
A ligação entre Sonozaki e Agata é provada justamente no final. A verdade que a garota de cabelo azul precisava ouvir era a que Agata nunca precisou do sistema Kiznaiver para gostar dela, ele sempre teve esse sentimento. A conexão Kiznaiver entre os dois finalmente acaba quando ambos se jogam sobre o rio. Agata é capaz de sentir dor novamente e os outros 6 pela amizade já estabelecida aceitam ajudá-lo.
O anime inteiro valeu a pena por causa deste sorriso. |
Na cena final temos ambos - Sonozaki e Agata - no hospital pela queda ocorrida e como namorados. Ela finalmente não está sozinha, ela finalmente sorri, ela finalmente têm amigos. E todos os outros continuam suas vidas, se esforçando pelos seus amores.
Aspectos Técnicos
Como dito logo no começo, estúdio Trigger voltou surpreendendo. Trazendo um conceito bem diferente do habitual, de ótimo caráter, aliás. O estúdio poupou o non-sense de que é famoso (Aqueles Gomorin embora bizarros tiveram explicação), fez um ótimo design de personagens super detalhado, traços caprichados e com animação embora tipicamente cartoonesca boa mais que suficiente para um anime nesse estilo que não exige tanto e ainda sim surpreende.
A direção de Hiroshi Kobayashi foi ótima em trazer um plot interessante e complexo ao anime que envolve tanto laços, sentimentos de cada indivíduo em um contexto inter-pessoal. O que também é muito notório é o roteiro de Mari Okada que fez um excelente trabalho. Ela conseguiu trazer na relação de todos personagens a forma sútil e simplista de jovens, que em pequenas falas e olhares mostram suas manifestações amorosas da forma mais humana possível. Difícil acreditar que Okada também foi responsável pela história de Mayoiga, anime com proposta interessante, mas execução completamente deplorável.
Vale lembrar que a trilha sonora foi ótima, tanto na abertura com Boom Boom Satellites e a animação psicodélica, como no encerramento mostrando as personagens femininas com flores que realmente tinham um significado.
A direção de Hiroshi Kobayashi foi ótima em trazer um plot interessante e complexo ao anime que envolve tanto laços, sentimentos de cada indivíduo em um contexto inter-pessoal. O que também é muito notório é o roteiro de Mari Okada que fez um excelente trabalho. Ela conseguiu trazer na relação de todos personagens a forma sútil e simplista de jovens, que em pequenas falas e olhares mostram suas manifestações amorosas da forma mais humana possível. Difícil acreditar que Okada também foi responsável pela história de Mayoiga, anime com proposta interessante, mas execução completamente deplorável.
Vale lembrar que a trilha sonora foi ótima, tanto na abertura com Boom Boom Satellites e a animação psicodélica, como no encerramento mostrando as personagens femininas com flores que realmente tinham um significado.
Conclusão
Kiznaiver é um ótimo anime sobre os sentimentos das pessoas. Sentimentos estes que podem fortalecer ainda mais laços existentes entre amigos que compartilham dores, aprendem mais sobre si próprios, desabrocham seus interesses amorosos e percebem o quão doído e cruel é a empatia de saber a dor e os sentimentos do outro e não poder fazer nada. Uma obra sobre relações literalmente humanas, com humor, drama e mais drama. Recomendadíssimo.
Direção: 8/10
Roteiro: 9/10
Animação: 8/10
Soundtrack: 8.5/10
Entretenimento: 9/10
***
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