Review - Planetarian: Chiisana Hoshi no Yume (ONA, 2016)
Um review sobre o ONA de quatro capítulos de Planetarian.
Atenção, este review possui spoilers sobre o fim do especial.
Sinopse
30 anos depois do fracasso do Programa de Colonização Espacial, a humanidade está quase instinta; Uma chuva eterna e mortal cai sobre a terra. Homens conhecidos como “Junkes” saqueiam bens e artefatos das ruínas da civilização. Um desses Junkers entrou na ruína mais perigosa, a Cidade Sarcófago. No meio desta cidade morta, ele encontra um planetário. Quando ele entra, é cumprimentado por Hoshino Yumemi, uma robô. E ela, sem dúvida alguma, acredita que ele seja o primeiro visitante do lugar em 30 anos e quer mostrar a ele as estrelas.
Análise
Planetarian foi uma surpresa tanto para quem já conhecia a obra original - sua Visual novel - quanto para os curiosos de plantão que assim como eu viram os capítulos sem saber o que realmente esperar da história.
Não precisei pesquisar muito para saber o quão fiel foi o especial ao original, dava para sentir no ritmo que as coisas caminhavam. Embora episódio introdutório tenha sido o mais devagar fazendo parecer apenas um slice-of-life de um cara preso em um planetário, sua junção com o segundo capítulo conseguiu trazer toda ambientação da robô de cabelos azuis e do Joker que se cruzaram para o desenrolar do plot.
Ao longo dos 5 episódios, conforme o homem ambulante descobria mais sobre o planetário em que estava instalado, a relação entre os dois só aumentava, ao ponto dele conhecer mais sobre Yumemi que sempre fazia suas palestras no local como se houvessem muitas pessoas. Contando e ensinando sobre as estrelas, sobre o céu e várias outras coisas sem ter noção alguma do que acontecia fora do prédio - devido a sua programação -, com a humanidade praticamente não existindo mais. É algo que emociona até mesmo o protagonista.
O episódio 3 foi o melhorar para contar isso, o discurso da robô encantou todos nós. Apresentando um pouco sobre mundo, dando a liberdade para o telespectador imaginar tudo com as imagens e ilustrações que eram mostradas em cada sequência, foi o clímax do ONA.
O mais doloroso, porém, veio no final. Seu quinto e último capítulo fechou o especial com uma grande bomba sentimental que alastrou-se sobre todos nós que assistíamos angustiadamente.
Com fé na humanidade e no seu próximo lar. Uma morte esperançosa para a robô que tinha o desejo de ajudar os humanos no outro lado do muro, onde realmente existiam mais deles. Porém, o que aconteceu já era predestinado pela a ameaça que os cercavam. Suas palavras finais foram tão expressivas que encheram o coração do protagonista. Deu para perceber a dor e todo o sentimento humano que sentira na hora de sua morte.
O mais comovente de tudo foi que não só nós e o protagonista choramos, mas também a própria e sorridente Yumemi, com as gotas de chuva que penetravam sua pele artificial enquanto seu sistema era desligado.
E a história, como fica? No final o joker é encontrado por outros humanos. E a continuação disso vem com o filme de Planetarian que será lançado em 3 de setembro, ainda em 2016.
Aspectos Técnicos
A animação embora não mostrando nenhum auge, trouxe a tona as características de um anime dos anos 90. Deve ter sido de propósito levando em conta que a novel também tem design antigo, mas foi tudo bem consolidado com um design ainda sim bonito e um CG aceitável para as máquinas anti-humanos. O show de luzes mostrando as estrelas, constelações e outros eventos também foi digno.
A caracterização da personalidade e roteiro em torno da robô Yumemi foram brilhante em fazê-la, trazendo toda alma de uma robô programada que tem algo a mais no fundo, além de pura lataria. Seu modo de sempre pedir desculpas e achar que tudo não reconhecido por si mesma era um erro interno foi algo tocante para o desenvolvimento da personagem. A direção só não teve êxito em trazer um início mais impactante, pois como dito, foi bem lento igual um início de visual novel.
Talvez o ponto chave que merecidamente deve ser mencionado foi a OST. O arranjo da música original direto da visual novel veio de maneira em que não se perdia do clássico, trazendo a tona toda a ambientação e peso adequado que a história devia receber.
Conclusão
Planetarian vale a pena. Não só como um curto especial de 90 minutos distribuídos em 5 capítulos, mas como uma história que embora igual a muitas outras antigas - que falam sobre a relação entre humano e robô que de certa forma queriam ser semelhantes -, tem seu charme próprio, possui uma história de peso e um drama envolvente que te prende pelo menos a partir de sua metade, com um desfecho digno, impactante e mais real do que você imagina.
***
Direção: 7/10
Roteiro: 8/10
Animação: 7.5/10
Soundtrack: 8/10
Entretenimento: 7.5/10
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